sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Ares de Fogo

  
Ela caminhava na rua fria, com pouca iluminação, lendo a mensagem que chegava no celular. Seu cabelo, liso e escuro, esvoaçava numa brisa que se transformava, aos poucos, em vento forte. Seus olhos castanho-escuro desciam aquela mensagem, enquanto das nuvens caíam os pingos de chuva. Não, ela não correu e nem quis se abrigar embaixo de alguma varanda. Deixou a chuva cair e molhar sua roupa, sua pele branca... A blusa preta encharcada dava ênfase a seus seios, que mais pareciam duas pequenas maçãs. Caminhava contra a chuva, vez em quando dava voltas, dançando sob a água, que caía com força. Festejava! Talvez a liberdade que naquele momento sentia. Também tinha a felicidade daquela mensagem, que a fazia sorrir só de lembrar. Ah, aqueles dígitos lembravam a voz dele. E tudo que ela gostava de ouvir estava alí, ecoando em sua mente, encharcando sua alma, assim como fazia a chuva em sua roupa. Seus, refiro-me novamente, de um castanho-escuro, estavam radiantes e cheios de lágrimas: de alegria, emoção... Ah, seu sorriso de aparelho era o mais lindo de todos naquele momento, onde nem o frio ou a chuva poderíam resfriá-la por dentro, já que ela era puro fogo!

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