Sob o
sol das onze horas, uma garotinha de aparentemente oito anos, voltava para casa
depois de mais um dia de aula. Vinha com fome, e, quem sabe, imaginando o que
teria no almoço. Em uma das casas no lado da sombra, um homem com olhar mal
observava a garotinha. Quem sabe o que ele imaginava.
Ele
disse para a menina: “ei, vem aqui jogar comigo”. Ela pensou rápido e, em vez
de ir ao encontro do homem estranho correu para casa. Chorando, contou à mãe
dela o acontecido. A mãe ligou para o marido e o contou também, e ele ficou enraivado
e correu do trabalho para casa. Chegando lá abraçou a filha e beijou a mulher.
Ligou para a irmã e a deixou saber do ocorrido, e pediu que ela contasse à
família.
Depois contou
a história a um policial, que no dia seguinte, com a ajuda da menina, encontrou
o homem suspeito de chamar a menina para jogar com ele. Ele perguntou e a
menina confirmou. Sim, era ele. O policial olhou para o homem e disse “esses
são os pais da garota, tem algo a dizer?”. O homem de olhar perverso olhou para
a mãe da garotinha e pediu desculpas, alegando não saber que era filha dela,
como se isso fosse justificativa.
O
policial perguntou ao pai da menina se ele queria fazer um B.O., mas ele,
alegando querer paz, decidiu não fazer. Ao outro homem foi sugerido não se
aproximar mais da menina, e ele assim o fez. A família da garotinha voltou para
casa, aliviada por nada ter acontecido à filhinha deles.
Semanas
depois, outra garotinha caminhava pela mesma rua e mais uma vez o homem com
olhos maldosos estava de olho. Ele chamou, dessa vez com um chocolate na mão,
oferecendo à menina. Diferente da outra garota, essa não correu para os pais, mas
sim para perto do homem e pegou o chocolate. Ele disse que lá dentro tinha mais
e ela entrou, toda sorridente com o chocolate na mão. E a família não viu mais
a menina.
Enquanto
isso, a família da garotinha de aparentemente oito anos assistia à tevê, toda
reunida, comendo pipoca na sala de estar.