quarta-feira, 29 de junho de 2022

quarta-feira, 4 de maio de 2022

segunda-feira, 25 de abril de 2022

sexta-feira, 22 de abril de 2022

domingo, 21 de janeiro de 2018

A chuva

            Numa dessas tardes chuvosas, com uma xícara de café recém feito nas mãos, eu me pego observando os pingos caírem da porta da cozinha, ela dá pro muro. Sento-me na cadeira de balanço posta ali, protegida por uma cobertura de telhas justamente para dias assim, dias em que a chuva cai, mas não pode nos atingir. Quem dera fosse sempre assim, e com tudo, inclusive a saudade. O balanço lento da cadeira e os pingos de chuva nas telhas me embalam e eu fecho os olhos, imagino-me em outro lugar. Nesse outro lugar eu posso sentir os pingos de chuva escorrendo pelo meu rosto. É um lugar onde eu não preciso me preocupar com as lágrimas que descem dos meus olhos, porque a chuva as esconde.

            Então eu me sinto abraçado, assim de repente, sem pedir, sem ao menos pensar em quanto eu gostaria de ser abraçado, mas sinto dois braços envolverem meu corpo por trás. Não me assusto, nem nego, afinal, é tão raro isso hoje em dia: um abraço dado sem ser pedido. Viro meu corpo para ver quem está me abraçando e tomo um leve susto, mas não com medo, e sim surpresa. O rosto do dono desse abraço é o mesmo do meu, sou eu me abraçando, eu e o vento, e a solidão desse momento. “Solidão?” Vocês podem perguntar surpresos. Sim, mas nem toda solidão precisa ser ruim; nem toda solidão vem molhada com tristeza e cheirando à solidão. Às vezes ela vem com um sopro de paz, gotas frias de reflexão e uma pitada de liberdade. Abro os olhos e percebo que continua chovendo, mas não só no telhado, ou no chão; chove também em meu coração.

domingo, 24 de dezembro de 2017

Aos velhos e novos anos

            Os meses passam cada vez mais rápidos e quando você para pra pensar, já está comemorando mais um aniversário. Comemorando outro natal, outra virada de ano, fazendo promessas que podem ou não serem cumpridas durante aquele ano, mas elas sempre estarão no pacote de promessas do ano seguinte. Muitas vezes não conseguimos realizar aquilo que desejamos ou mudar como queríamos, nem tudo depende apenas da nossa vontade. Temos tão pouco controle do futuro como dos próprios sentimentos. Mas nem tudo está fora do nosso alcance: podemos sempre fortalecer os vínculos que criamos.
            Mais um ano vai chegando ao fim e novas pessoas foram acrescentadas em nossas vidas, outras continuaram e algumas tiveram ou de se ausentar fisicamente, ou de serem retiradas por não nos fazer bem. Àquelas que continuam cabe reforçar sempre a amizade, as piadas, os códigos, o vínculo, e dividir também, dividir as tristezas, alegrias, momentos de reflexão, as crises existenciais.
            Desde que entrei pra turma de Psicologia fiz amigos, os quais eu realmente não imaginaria ter, mas que vêm mudando minha vida de diversas formas. Fazem eu me sentir útil, e nessa fase da vida é um sentimento importante para todos, talvez por isso façam tanta falta. Às novas pessoas que entraram em vida nos últimos meses, espero fortalecer os sentimentos como venho fazendo com os mais antigos, os que mesmo passando anos longe, quando vejo a amizade sempre se mantém.
            Aos novos professores, também, que me abriram a mente para novas oportunidades, novas formas de ver o mundo e o ser humano, e que se tornaram também amigos, alguns. Espero não perder o vínculo com nenhum, amigos, familiares, e também espero continuar melhorando a mim mesmo, pois nunca estamos completamente construídos, somos seres em constante modificação, e assim podemos manter uma esperança de melhorar, assim como a ideia de um ano novo mantém as esperanças de que tudo seja melhor.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Seu nome

Cidade cheia de lugares
Lugares inundados de memórias
Memórias inundadas de saudades
Saudades inundadas com seu nome

Seu nome inundando a cidade...