domingo, 28 de outubro de 2012

Arthur, o problemático.


Arthur tinha um problema. Desde que era novo nunca se importara com outra pessoa. E quando entrou na puberdade, que é o tempo em que os garotos começam realmente a se interessar por garotas, ele foi diferente. Não tinha interesse em sair com garotas, ou beijá-las, e muito menos transar com elas. O que dava prazer à sua vida era observá-las indo e vindo. Observava-as de longe, de perto, batia fotos. Mas ele tinha um problema, e isso fazia parte deles. Em seus pensamentos, sujos e sombrios, qualquer garota, independente da idade, se já tivesse as curvas que o interessassem já tinham feito sexo com ele. Sim. Esse era o problema de Arthur. Sua mente era doentia. Mesmo que ele não tentasse nada contra as garotas, sua cabeça estava cheia delas. Sangrando, suando, gritando... E ele sentia um prazer enorme, como se realmente acontecesse. Toda vez que batia a foto de alguma foto, era certeza de mais um dia 'sujo' em sua mente. Quando envelheceu mais um pouco entendeu enfim o que lhe acontecia. Ele não sentia empatia por ninguém. Era egoísta, só tinha vontades e olhos pra si mesmo. Não se importava em usar uma pessoa como um peão de tabuleiro, se aquilo o trouxesse prazer (e trazia). Mesmo mais velho, ainda tirava fotos das garotas, fazia alguns vídeos e depois ia vê-los. Não tinha amigos, mas na cabeça dele, para quê serviriam? Se não havia sentimentos, não havia nada para compartilhar. Vivia sozinho, como lhe era de agrado. E gostava. Sim, ele curtia aquilo. A solidão física. Mas a sua mente estava sempre cheia. Cheia de momentos, de imagens que ele tinha prazer em projetar. Arthur não se importava com ninguém, e nunca irá se importar.

sábado, 13 de outubro de 2012

Sorrisos em Londres


Caminhando pelas ruas de Londres, Anna tirava fotos das casas, das pessoas em suas corridas diárias, das flores nos parques... Tirou uma do 'Big Ben', ah, o 'Big Ben', marca registrada da capital inglesa. Encontrou um casal que namorava num banco, que estava próximo a uma das famosas cabines telefônicas londrinas. Não perdeu tempo e logo se aproximou do casal, perguntando se poderia tirar uma foto deles, pois em meio aos acontecimentos e a correria mundana encontrar um casal assim, tão alheio a tudo, era difícil. Sorridentes, os dois disseram que sim, ela poderia tirar a foto. Brandon e Carly. Ao fundo pessoas e flores, carros e os ônibus de dois andares. Ela agradeceu pela foto e saiu de novo pelas ruas até chegar à 'Tower Bridge'. Ah, como era mais linda de perto... Seus olhos até se encheram de lágrimas. Não, não era a primeira vez que ela ia ali. Mas todas as vezes que ela a via de perto isso acontecia. Era o seu ponto favorito na cidade. De lá que tirava as melhores imagens pros seus álbuns. Bateu algumas fotos dos carros que iam e vinham e os pedestres que admiravam o lugar, sempre com belos sorrisos estampados. E o dela também se estampava por trás da lente. Sim, sempre com seu sorriso escondido, apenas captando os sorrisos desconhecidos pelas ruas. Dos mais ricos aos mais pobres. Os sorrisos são todos iguais. A mais bela feição de cada ser humano...