domingo, 24 de dezembro de 2017

Aos velhos e novos anos

            Os meses passam cada vez mais rápidos e quando você para pra pensar, já está comemorando mais um aniversário. Comemorando outro natal, outra virada de ano, fazendo promessas que podem ou não serem cumpridas durante aquele ano, mas elas sempre estarão no pacote de promessas do ano seguinte. Muitas vezes não conseguimos realizar aquilo que desejamos ou mudar como queríamos, nem tudo depende apenas da nossa vontade. Temos tão pouco controle do futuro como dos próprios sentimentos. Mas nem tudo está fora do nosso alcance: podemos sempre fortalecer os vínculos que criamos.
            Mais um ano vai chegando ao fim e novas pessoas foram acrescentadas em nossas vidas, outras continuaram e algumas tiveram ou de se ausentar fisicamente, ou de serem retiradas por não nos fazer bem. Àquelas que continuam cabe reforçar sempre a amizade, as piadas, os códigos, o vínculo, e dividir também, dividir as tristezas, alegrias, momentos de reflexão, as crises existenciais.
            Desde que entrei pra turma de Psicologia fiz amigos, os quais eu realmente não imaginaria ter, mas que vêm mudando minha vida de diversas formas. Fazem eu me sentir útil, e nessa fase da vida é um sentimento importante para todos, talvez por isso façam tanta falta. Às novas pessoas que entraram em vida nos últimos meses, espero fortalecer os sentimentos como venho fazendo com os mais antigos, os que mesmo passando anos longe, quando vejo a amizade sempre se mantém.
            Aos novos professores, também, que me abriram a mente para novas oportunidades, novas formas de ver o mundo e o ser humano, e que se tornaram também amigos, alguns. Espero não perder o vínculo com nenhum, amigos, familiares, e também espero continuar melhorando a mim mesmo, pois nunca estamos completamente construídos, somos seres em constante modificação, e assim podemos manter uma esperança de melhorar, assim como a ideia de um ano novo mantém as esperanças de que tudo seja melhor.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Seu nome

Cidade cheia de lugares
Lugares inundados de memórias
Memórias inundadas de saudades
Saudades inundadas com seu nome

Seu nome inundando a cidade...

sábado, 28 de janeiro de 2017

A existência de Karlos

               A noite estava iluminada pelas estrelas e a luz da lua cheia, que estava tão linda quanto um soneto. Karlos saiu de casa para fumar um careta e acabou se deparando com a beleza da lua, sua grandiosidade e a magnificência que é ela estar lá em cima, flutuando no espaço, ligada à Terra apenas pela gravidade. À medida que seu cigarro ia diminuindo, os pensamentos começavam a invadir (como se invade um lugar onde já se está dentro?) a mente do jovem rapaz.
               Será que algum dia ele conseguiria compreender a ação da lua cheia sobre ele? Ou se os humanos iriam descobrir a razão pela qual estão no universo? Karlos já havia percebido que sob a lua cheia suas lombras eram sempre mais complexas; seus pensamentos se voltavam para questões existenciais, diferente dos pensamentos que ele tinha no dia a dia. Ele se pergunta se há realmente uma razão para estar vivo, afinal, é preciso uma razão para isso? Estamos vivos porque nascemos, e isso ele pensa ser o bastante. Viemos de ancestrais comuns que já viviam, por qual motivo, então, isso não é o bastante?
               Nesse momento ele se pegou recitando o trecho de uma canção antiga de uma banda gaúcha, o qual diz “estamos vivos, sem motivos, que motivos temos pra estar”? E ele se faz a mesma pergunta: “que motivos temos, realmente”? Ou talvez exista um: viver. Viver pode ser o motivo para estar vivo e não alguma missão ou fazer parte de um todo que não pode ser compreendido. Talvez não exista um plano mestre ao qual cada um de nós tem que descobrir nosso papel e depois realiza-lo.
               Olhando a lua, Karlos sorriu ao perceber que não se preocuparia mais com questionamentos sobre a sua existência, ele iria apenas existir.