terça-feira, 30 de agosto de 2016

Experiência filosófica dois

Numa tarde quente de quarta-feira, fui a uma costureira pedir para reduzir uma camisa e, de repente, fui acometido por uma forte dor de cabeça. Mesmo com a cabeça doendo continuei caminhando, até porque ela não morava longe, mas cada passo ficava mais doloroso e a caminhada parecia não ter fim. Cheguei, enfim, à casa dela e fiz meu pedido, voltando para casa logo depois, da mesma forma que cheguei até ali: com a dor forte na cabeça.
            Dias depois dessa terrível experiência, veio-me um pensamento à mente: o tempo, dependendo da forma como nos sentimos, é relativo. Aquela caminhada que, num dia sem dores é curta e agradável, naquele dia pareceu durar anos. E, indo mais além, refleti também como o tempo é relativo dependendo de como o utilizamos: se nos ocupamos de uma atividade que gostamos tudo parece passar num estalar de dedos; porém, se ficamos entediados, o tempo se arrasta como uma preguiça.


terça-feira, 23 de agosto de 2016

Experiência filosófica um

            Há alguns dias, numa noite de poucos ventos, ao fim da aula, eu e uma colega descíamos as muitas escadas da faculdade, fizemos uma reflexão sobre solidão. O meu ônibus fica no caminho contrário do lugar onde ela espera o dela, e já íamos nos despedir, mas como meu ônibus sempre chega alguns minutos depois do dela, decidi ficar um pouco e fazer companhia enquanto o dela não chegava.
            Nisso ela me perguntou se eu não ia para o lugar onde o bus para, e eu falei que não, porque sempre fico sozinho até a hora de ele chegar e ela ficou surpresa: “tu fica sozinho lá esperando?” ao que eu respondi que não, fica sempre um bocado de gente, mas como eu não conheço aquelas pessoas é mesmo que estar sozinho. E foi aí, nesse momento, que começamos a refletir.
            Caramba, mesmo a gente estando cercado de pessoas, ainda se sente só se não encontrar nenhum vínculo ou ligação com elas. E, ao mesmo tempo, a companhia de uma pessoa com quem podemos trocar ideias vale mais que todas aquelas ilhas de pessoas com quem não temos nenhuma afinidade. E paramos por um momento para pensar naquilo, e até hoje eu ainda penso.