Numa tarde quente de quarta-feira,
fui a uma costureira pedir para reduzir uma camisa e, de repente, fui acometido
por uma forte dor de cabeça. Mesmo com a cabeça doendo continuei caminhando,
até porque ela não morava longe, mas cada passo ficava mais doloroso e a
caminhada parecia não ter fim. Cheguei, enfim, à casa dela e fiz meu pedido,
voltando para casa logo depois, da mesma forma que cheguei até ali: com a dor
forte na cabeça.
Dias depois
dessa terrível experiência, veio-me um pensamento à mente: o tempo, dependendo
da forma como nos sentimos, é relativo. Aquela caminhada que, num dia sem dores
é curta e agradável, naquele dia pareceu durar anos. E, indo mais além, refleti
também como o tempo é relativo dependendo de como o utilizamos: se nos ocupamos
de uma atividade que gostamos tudo parece passar num estalar de dedos; porém,
se ficamos entediados, o tempo se arrasta como uma preguiça.