O tempo é um negócio
engraçado, né? O ano pode demorar um ano para passar, mas quando chega o último
mês e a gente olha pra trás, pensa: “menino, o ano passou num pulo”. E nesse
meio tempo, que mais parece ter passado em um minuto, muito acontece e muita
gente nova entra na sua vida, assim, de uma hora pra outra, e parece que, em
dois meses, você já conhece aquela pessoa há anos.
E em pouco tempo você
vai vendo quais são aqueles que ficarão por anos e anos com você, seja
fisicamente ou só na memória, ou até mesmo na lista de contatos do Whatsapp, uma
boa ferramenta para manter contato com quem está distante. Entrar para uma
faculdade é sinônimo de conhecer pessoas novas, fazer amigos novos e se
enturmar com eles. Conhecer seus problemas, ajudar e ser ajudado, morrer de
raiva e desespero na hora dos trabalhos em equipe, mas também de rir e adquirir
conhecimento. E é engraçado como um semestre inteiro parece que vai demorar um
século, mas quando se chega ao fim, não passou nem trinta segundos.
Não
que os amigos de antes passem a ser esquecidos os espaços deixados preenchidos
pelos novos, isso nunca. Mas, ao invés disso, abre-se um espaço novo, onde
cabem todos confortavelmente no peito, na memória, e para alguns, nas orações e
listas de melhores. Particularmente eu não acredito em “melhor amigo”, não vejo
como posso colocar um amigo acima dos outros, nem ao menos criar uma tabela
onde alguns ficam em cima e outros embaixo. Ou é amigo ou é colega ou é
conhecido, e todos dentro de cada rótulo (porque o ser humano ama rotular
tudo), ficam juntos num mesmo lugar. O ano está chegando ao fim, mas as novas
amizades apenas começaram, e as antigas ganham mais força ainda. E também, mais
um ano está chegando pra ser vivido a cada dia com todos, e a cada momento, mas
não como se fosse o último, porque, na verdade, todos os momentos serão sempre
os primeiros.