Geraldo
gosta de sair com os amigos. Quando sai junto com eles, Geraldo se sente vivo.
Ele ri, dança, beija, diverte-se, faz piada, canta, toca. O melhor momento do
dia é quando todos os seus amigos se reúnem em círculo, tipo aquele pessoal de
humanas mesmo, e fica tocando violão, tomando cerveja e conversando sobre a
vida, sobre música, sociedade e a natureza. Sobre lutas e história também.
Geraldo se sente vivo e completo quando está com seus amigos e melhor ainda com
a namorada, com quem tem momentos bem íntimos.
Mas
depois que chega em casa e tira a roupa, toda aquela animação parece léguas e
léguas distantes. Geraldo só quer deitar na cama e chorar. Sente fortemente a
angústia de não saber ser feliz sozinho, de só se divertir quando outros estão
ao seu redor. Sente aquele vazio no peito, um oco tão profundo que chega a doer.
Tenta forçar um sorriso, uma tentativa ridícula de tentar ficar bem, de expressar
felicidade, mas só sente a angústia. Um leve desespero bate na porta do seu
quarto, dizendo que ele consegue superar, que aquilo é uma fase e logo logo ele
estará sorrindo de novo. Sim, ele pode até sorrir, mas não será sozinho, ele
sabe. Geraldo se sente uma casca vazia, frágil, quando está só.
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