domingo, 31 de julho de 2011

Antes de eu morrer...


Quero pintar meu cabelo de verde;
Escrever um livro;
Juntar uns amigos num feriado, pra ouvir um blues, conversar e beber um pouco;
Passar em Jornalismo;
Conhecer amigos distantes e outras culturas e nacionalidades;
Iniciar um relacionamento pra sentir como é;
Terminar um relacionamento pra sentir como é;
Nunca precisar ver meus amigos irem antes de mim;
Ser admirado por aqueles que amo;
Ser criticado, elogiado, exaltado ou rebaixado;
Satisfazer-me do que a vida pode me dar;
Ir a um show do Pearl Jam ou Aerosmith;
Comprar discos de diversos artistas pra ouvir em casa;

Aah... Tem tanta coisa que eu quero fazer antes de morrer, mas eu poderei
fazer todas, apenas se conquistar meu lugar, merecer tudo e todos que amo, respeitar e exigir respeito.
Enquanto ainda estou aqui, vou planejando como fazer tudo isso.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Noite anormal

 "Você já sentiu como se estivesse sendo vigiada em seu próprio quarto?", foi o que Clara me perguntou naquela noite. Eu sentia que ela não estava bem. Suas pupilas estavam dilatadas, ela suava muito e se assustava a cada esquina. Ela dizia que sentia, sempre em lugares escuros, que alguém a estava vigiando na escuridão  esperando que ela dormisse, para dar a ultima cartada. Naquela noite seria o fim.
 Ela estava em casa, sentada na cama e vendo a novela, quando escutou passos la dentro. Ficou com medo e resolveu sair. Procurou um lugar movimentado e claro, para tentar fugir do que a perseguia. Via muitos rostos e luzes, mas mesmo assim não conseguia esquecer. Um sussurro em sua mente dizia: "Volte, Clara..." Ela ficou com medo e andou mais depressa. O sussurro agora era uma voz e a cada beco que agora ela passava, via uma sombra que a perseguia. Corria sem rumo, chorando e limpando a vista, igual a um para-brisa na chuva.
 Viu uma casinha com luzes acesas. Bateu, mas não tinha ninguém. Entrou pela janela. La dentro era calmo, quente e bonito. Tinha uma lareira acesa, o frio era intenso naquela região. Mais uma vez ouviu a voz, agora mais alta. Voltou a ouvir passos, que vinham de fora da casa. "Ele esta vindo." Bateu nela um desespero e ela olhou pra todos os cantos. Encontrou um banheiro, onde se trancou imediatamente. A porta da entrada rangeu, "ele esta aqui", pensou. Segurou o choro, enquanto ouvia os moveis serem revirados e o espelho quebrar. Clara sentia muito medo, queria gritar mas não podia. Viu uma banheira cheia d'água. Como não havia janelas no banheiro, era questão de tempo que o perseguidor a encontrasse, não viu outra maneira: tirou a roupa, entrou na banheira e afundou todo o corpo. Com um pouco de medo, foi deixando a água entrar em seus pulmões, como finos punhais de gelo que os perfuravam. Não durou muito e a dor passou. Logo veio a paz.
 La na sala tudo estava como antes: quente, calmo e bonito. Não havia nada quebrado ou jogado, nem ninguém ali. Tudo não passou do medo que ela sentia. Clara sempre fora paranoica e pensava que iria ser cruelmente morta a qualquer instante por algum ser maldito. No teto do banheiro, o qual seus olhos claros e mortos ainda miravam, estava escrito: "Is all in your mind".


Para o Bloínquês.

domingo, 24 de julho de 2011

Ha, C'est mon monde de soleil



Last of The English Roses (Pete Doherty)
 
Querida, querida
Como você ficava legal vestindo
Aquele velho cachecol verde da sua mãe
Com as famosas calças da tia Arthur
Você levava uma da que batia
E como a gente ria
Mas ela ria mais alto
Ah, em 93
Dava para enfeitiçar as abelhas

"Prepotente" você dizia, e a gente dava risada
Passeando pelo parquinho

"Atrevida" você dizia, e a gente ria
Passeando pelo parquinho

Em 1994
Todos nós cantávamos
Pulando e dançando de mãos dadas
É, com todos os rapazes juntos
E todas as moças juntas

Ela é a última das rosas inglesas
Ela é a última das rosas inglesas

(Eu queria estar bem acordado de novo)
Ela sabe distinguir Rodneys de Stanleys
E Kappas de Reeboks
E sabe diferenciar os malandros dos bons
E Winstons de Enoks
Está bem, e pegue o que eu
Estou saindo, vivendo

Em volta da mesa de sinuca
Você dança ao som de Frutti-Tutti

Ela quase derramou a bebida
Lindas garotas brindando

Mas o final se mexeu
Chegando a idade, voltando à vida
Todos os rapazes juntos
Todas as moças juntas

Ela é a última das rosas inglesas
Ela é a última das rosas inglesas
É, ela é a última das rosas inglesas
Ela é a última, a última das rosas inglesas
Rosas inglesas

Ah, às vezes não se pode mudar
Não haverá lugar
Essa noite, na minha casa
Finalmente eu conto com você
Eu te levo a rosa misteriosa
Você é a rosa misteriosa?
Ah, vamos
É o meu mundo de sol

sábado, 23 de julho de 2011

Não seja.


"Não pense, não fale, 
não escute, não sinta.
Depois me conte como foi que ficou por dentro."

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um dia qualquer.

 Era meu aniversário, numa linda manhã de domingo. Ouvia os pássaros cantando, o vento soprando as folhas, que de secas caíam ao chão. Minha janela estava iluminada pelo sol que nascia no leste, parecia sorrir para mim. Minha mãe estava preparando tudo, com ajuda de minhas irmãs mais novas. Seria um ótimo dia.
 Embora tudo estivesse bem, eu estava assustado. Na noite anterior um terrível pesadelo não me deixou dormir em paz. Eu tinha que esquecer dele e me manter animado. Saí com dois amigos e deixei as mulheres cuidarem de tudo - elas preferiram assim.
 Fomos num parque novo, onde tinha um túnel do terror, cujo estávamos com muita vontade de ir. O vendedor da entrada era meio sinistro, deu um arrepio quando ele disse: "Cuidado onde pisa..." e me olhou com seus olhos cansados. Lá dentro a visão era pouca. Cada um entrava por uma porta diferente e se encontrava no caminho. Eu via uns vultos e ouvia vozes: "Volte para casa..." mas achei que era efeito do túnel. Um grito me assustou: "Ah não, Clarisse!" corri em direção ao lugar de onde viera o grito e quase despenquei: ela estava totalmente sem água no corpo. No piso eu pude ler: "Drain You" (Drenar-te). Minha surpresa foi quando lembrei do que o velho disse. "Então era isso!"
 Andei mais um pouco, procurando por Caio, e tive outro susto, pior que o primeiro: eu vi escrito no piso: "I want to tie you! Crucify you!" (Eu quero amarrar você! Crucificar você!) e ele estava lá, pregado numa cruz, amarrado pelo pescoço e cintura. "Meu Deus, o que é isso? Preciso sair logo daqui!" por sorte encontrei a saída daquele maldito túnel.
 Fui correndo pra casa, já era noite e começava a chover. Quando abri a porta, não aguentei: minhas duas irmãs estavam em cima da mesa, totalmente fatiadas, e minha mãe em cima da mesinha da sala, morta, molhada. Notei que havia uma banheira cheia de água, e na parede, escrito com sangue, lia-se: "I wanna bathe you, in holy water! I want to kill you, upon the alter!" (Eu quero te banhar em água benta! Eu quero te matar, em cima de um altar!)
 Deveria ter sido o melhor dia da minha vida, mas não foi. Desolado, fui pra cozinha, onde vi um senhor de preto, tomando chá. "Essa deve ser a minha hora" pensei. O senhor me convidou a olhar pro piso, onde tinha escrito: "Sit and drink Pennyroyal Tea!" (Sente e tome chá de poejo), sem mais nenhuma razão para continuar vivendo, sentei na cadeira, tomei do chá. Sombras me engoliram e eu parei de respirar.
 Amigos, esse foi meu último aniversário...




Conto para o bloínquês.

Veja...


...como seus braços brancos,
Acalmam feras ferozes
E arranca de  saltimbancos
seus saltos velozes.

Seus olhos castanho-escuro
Da cor da tempestade,
Demonstram naquele muro
sua tristeza e felicidade

Tens magias nos dedos
E amor no coração
E guarda seus segredos
escondidos na razão,

Forte e decidida
Como quem sabe o que quer
Tu mostras que tens vida
Esteja onde estiver.



PS.: Em especial  à minha querida Clara Vidal.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Temperatura Ambiente


 Em algum lugar ali perto, ele sabia que iria encontrar o que procurava, mas ainda temia. Não sabia se realmente queria encontrar, se saberia como reagir, como aceitar. Ele só queria que tudo fosse mais simples, que não tivesse que deixar uns para trás, enquanto outros tomavam sua frente.
 Procurava um lugar quente e calmo, onde pudesse ficar por enquanto, até que conseguisse superar todo o acontecido. As mentiras, ilusões... Ele queria dar adeus ao passado, escrever um novo futuro, enquanto olhava pro presente, e pensava em cada ato que iria fazer, e a cada sonho que ele tinha, uma folha de seu caderno era preenchida e assinada embaixo, com seu codinome estranho, mas que para ele era bom. "A pronúncia é boa" dizia ele.
 Muitas noites ele passara por maus sonhos, e até retratou alguns deles, mas agora ele quer esquecer tudo isso, o que o importa é como e com quem está, e com quem estará depois de um tempo, depois que a tempestade quente passar.
 É certo que vai sentir saudades - quem não sente? - talvez seja isso que ele mais tema: Sentir saudade dos velhos tempos. Mas o que está no passado raramente volta ao presente, o que se tem a fazer é renovar. Nunca refazer, e sim criar algo novo tendo como base o que foi feito. É assim que ele quer continuar, é assim que ele vai tentar, sempre construindo novas pontes.
 Em algum lugar ele vai saber como conquistar tudo o que ele almeja, e aí, não restará nenhuma dúvida: Tudo vai ficar mais fácil e visível aos olhos dele.

Long Live to Rock 'n Roll!!


Rock não é música pra dançar, e nem pra sair rebolando uma bunda do tamanho de uma jaca!
É feito com a cabeça, sentimento, inspiração.
Não serve só pra atrair flashes e dinheiro da mídia.
É pra te fazer sentir. No solo do Page, na voz do Kurt, e nas letras do Renato!
É o tipo de música que não precisa de apelação para se fazer histórica.
E nem de roupinhas bonitas que chamam mais atenção que a própria banda.
Não dizer: "Eu amo todos vocês" e fazer s2s2.
Os maiores ídolos do rock mostram o dedo, a língua, gritam e transmitem emoção!
E nenhum fã se sente ofendido, porque sabem que é este o jeito de eles serem felizes.
É assim que os roqueiros gostam de demonstrar sua satisfação em estar fazendo música.
Morrem entalados no próprio vômito, sofrem várias overdoses e não morrem, tipo o Ozzy.
Cara, Rock é isso! É fuder, gritar, emocionar com as letras e os solos de guitarra, como o Led fez com
Stairway to Heaven, ou o Slash nos seus solos que nem ele sabe direito fazer!
Enfim, Rock é isso.
Essa nova geração não passa de garotinhos querendo fama e roupas.
É como diz o Renato em Love in The Afternoon: "Os bons morrem jovens."
Mas ainda existem muitos ainda ativos, que não deixaram a correia soltar, e seguem firme com rock:
AC/DC, Aerosmith,  Capital, Pearl Jam... enfim, se eu fosse citar todas demoraria muito.
O fato é que o Rock 'n Roll ainda continua vivo, tanto nas bandas quanto na alma de todos os roqueiros.Vivos e mortos.

Um dia do Rock muito foda pra todos! 
"Long Live to Rock 'n Roll"

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"Eu não vou pirar!"


Lithium (Nirvana)

Eu estou tão feliz
Porque hoje eu encontrei meus amigos
Eles estão na minha mente
Eu sou tão feio, mas tudo bem,
Você também é, quebramos nossos espelhos
Manhã de domingo é todo dia
Me importo com tudo e não estou com medo
Acendo minhas velas, com deslumbre
Pois encontrei Deus
Yeah, Yeah

Eu estou tão só, mas tudo bem
Eu raspei minha cabeça e não estou triste
E apenas talvez, eu deva ser culpado
Por tudo que ouvi, Mas eu não tenho certeza
Estou tão empolgado
Eu não posso esperar para te encontrar lá , mas eu não me preocupo
Estou tão excitado
Mas está tudo bem, minha intenção é boa
Yeah, Yeah


Eu gosto - eu não vou pirar
Eu sinto sua falta - eu não vou pirar
Eu te amo - eu não vou pirar
Eu te matei - eu não vou pirar

Eu estou tão feliz
Porque hoje eu encontrei meus amigos
Eles estão na minha mente
Eu sou tão feio, mas tudo bem, você também é
Quebramos nossos espelhos
Manhã de domingo é como todos os dias
E eu não estou com medo
Acendo minhas velas, com deslumbre
Pois encontrei Deus
Yeah, Yeah
 
Eu gosto - eu não vou pirar
Eu sinto sua falta - eu não vou pirar
Eu te amo - eu não vou pirar
Eu te matei - eu não vou pirar

sexta-feira, 8 de julho de 2011

La mano del celeste


Vivenciem os nuances,
Corroborem ao infinito,
Apostem nos lances,
No que parecer bonito

Aceitem suas qualidades
Exultem seus defeitos
Defendam suas verdades
E avaliem seus feitos.

Amem uns aos outros,
Conheçam a si mesmos,
Estejam sempre envoltos
De bons e maus preceitos.

Esqueçam os perigos,
Avancem no sinal,
Se sintam protegidos
Pela mão celestial.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

That Place


 Eu estou meio perdido. Não sei mais aquele caminho, daquele lugar que você me falou. Eu preciso encontrá-lo, você pode me ajudar? Aquele lugar onde nós podemos sempre descansar, sem nos preocuparmos com nada, nem ninguém. Leve-me para lá. Eu não consigo enxergar o caminho. "Claro", disse ela. Pegou-me pela mão e conduziu-me entre as folhas e os raios do sol...
 Até que eu ouvi o som de água corrente: "É aquele rio, da água mais pura." Ela me lembrou de que costumávamos correr para ali, nos momentos de fraqueza, e que aquela bebida mágica nos fazia melhorar. Uma bela canção soava: harpas, violinos e um piano...
 "Dance comigo", peguei-a pela mão, olhei em seus olhos castanhos, de brilho intenso... "Ensine-me", ela me falou. E ao doce som daquela melodia, fomos dançando e esquecendo o que nos fazia mal.
 Depois de um tempo, nossa decisão foi unânime: "Vamos ficar por aqui. Não precisamos de ninguém, além de nós mesmos!" Foi o que saiu de nossas bocas, ao mesmo tempo. E ali ficamos ao som do rio, esperando a Lua descer e nos desejar boa noite...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Tentativa...


Os tempos mudam direto
Às vezes está frio
Às vezes está correto
Às vezes seguem o rio...

Meu tempo vai e volta
Corre e para
Se endireita e entorta
Mas sempre me sara.

O sonho tem seu tempo
A vida também tem
E existe o contratempo

Os olhos miram o sol
Às vezes estão frios
Como as águas dos rios.

domingo, 3 de julho de 2011

Dia bonito

Bom, como não consigo pensar em nada novo por enquanto, trago aqui um poema do meu antigo blog, o qual não uso mais. Espero que gostem, foi dos primórdios de minha escrita.


Hoje acordei diferente
Uma coisa que jamais senti
Vontade louca de sorrir
Te aquecer num riso ardente

Tomar um banho frio
Num belo dia de sol
Ver nascer este farol
E morrer junto ao rio

Percorrer todo o mundo
Sem sair do lugar
Segundo após segundo

E ver a noite chegar
Deitado sob as árvores
Em plena Madagascar.

sábado, 2 de julho de 2011

Não dá


Eu não gosto disso.
Eu não gosto de gostar de você, não tanto assim.
Eu vejo suas fotos, e isso só piora.
Eu sei que você não sente o mesmo, eu sei que pra você só é amizade...

Não adianta eu te dizer palavras bonitas,
ou te fazer belos gestos, não adianta mesmo.
Não vai mudar nada, eu sei que não vai.
Mas por que ainda faço isso?
Por que me maltrato tanto assim?
Que tipo de amor eu sinto por mim mesmo?

Eu não quero gostar de você, mas querer não é poder.
Eu sou covarde, não tenho coragem de dizer.
Eu não me sinto feliz com isso tudo.
Não mesmo.

Desculpem-me a demora toda.
Acho que por mais tempo nada novo dará as caras aqui.
Meu espírito não tem tanta luz como antes.