quarta-feira, 13 de julho de 2011

Temperatura Ambiente


 Em algum lugar ali perto, ele sabia que iria encontrar o que procurava, mas ainda temia. Não sabia se realmente queria encontrar, se saberia como reagir, como aceitar. Ele só queria que tudo fosse mais simples, que não tivesse que deixar uns para trás, enquanto outros tomavam sua frente.
 Procurava um lugar quente e calmo, onde pudesse ficar por enquanto, até que conseguisse superar todo o acontecido. As mentiras, ilusões... Ele queria dar adeus ao passado, escrever um novo futuro, enquanto olhava pro presente, e pensava em cada ato que iria fazer, e a cada sonho que ele tinha, uma folha de seu caderno era preenchida e assinada embaixo, com seu codinome estranho, mas que para ele era bom. "A pronúncia é boa" dizia ele.
 Muitas noites ele passara por maus sonhos, e até retratou alguns deles, mas agora ele quer esquecer tudo isso, o que o importa é como e com quem está, e com quem estará depois de um tempo, depois que a tempestade quente passar.
 É certo que vai sentir saudades - quem não sente? - talvez seja isso que ele mais tema: Sentir saudade dos velhos tempos. Mas o que está no passado raramente volta ao presente, o que se tem a fazer é renovar. Nunca refazer, e sim criar algo novo tendo como base o que foi feito. É assim que ele quer continuar, é assim que ele vai tentar, sempre construindo novas pontes.
 Em algum lugar ele vai saber como conquistar tudo o que ele almeja, e aí, não restará nenhuma dúvida: Tudo vai ficar mais fácil e visível aos olhos dele.

4 comentários:

  1. "Mas o que está no passado raramente volta ao presente, o que se tem a fazer é renovar. Nunca refazer, e sim criar algo novo tendo como base o que foi feito."

    É esse ato que nos permite crescer :)

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  2. " Em algum lugar ele vai saber como conquistar tudo o que ele almeja, e aí, não restará nenhuma dúvida: Tudo vai ficar mais fácil e visível aos olhos dele. "
    texto incrivel me fez refletir bastante..

    otimo fim de semana bjim

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  3. Sublime. Devemos ser essa metamorfose ambulante, como diz Raul pelos rádios da nossa alma.

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  4. Voltei para deixar um poema de Cecília Meireles que dialoga com teu texto.

    TU TENS UM MEDO

    Tu tens um medo:
    Acabar.
    Não vês que acabas todo o dia.
    Que morres no amor.
    Na tristeza.
    Na dúvida.
    No desejo.
    Que te renovas todo o dia.
    No amor.
    Na tristeza.
    Na dúvida.
    No desejo.
    Que és sempre outro.
    Que és sempre o mesmo.
    Que morrerás por idades imensas.
    Até não teres medo de morrer.

    E então serás eterno.

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