domingo, 28 de outubro de 2012

Arthur, o problemático.


Arthur tinha um problema. Desde que era novo nunca se importara com outra pessoa. E quando entrou na puberdade, que é o tempo em que os garotos começam realmente a se interessar por garotas, ele foi diferente. Não tinha interesse em sair com garotas, ou beijá-las, e muito menos transar com elas. O que dava prazer à sua vida era observá-las indo e vindo. Observava-as de longe, de perto, batia fotos. Mas ele tinha um problema, e isso fazia parte deles. Em seus pensamentos, sujos e sombrios, qualquer garota, independente da idade, se já tivesse as curvas que o interessassem já tinham feito sexo com ele. Sim. Esse era o problema de Arthur. Sua mente era doentia. Mesmo que ele não tentasse nada contra as garotas, sua cabeça estava cheia delas. Sangrando, suando, gritando... E ele sentia um prazer enorme, como se realmente acontecesse. Toda vez que batia a foto de alguma foto, era certeza de mais um dia 'sujo' em sua mente. Quando envelheceu mais um pouco entendeu enfim o que lhe acontecia. Ele não sentia empatia por ninguém. Era egoísta, só tinha vontades e olhos pra si mesmo. Não se importava em usar uma pessoa como um peão de tabuleiro, se aquilo o trouxesse prazer (e trazia). Mesmo mais velho, ainda tirava fotos das garotas, fazia alguns vídeos e depois ia vê-los. Não tinha amigos, mas na cabeça dele, para quê serviriam? Se não havia sentimentos, não havia nada para compartilhar. Vivia sozinho, como lhe era de agrado. E gostava. Sim, ele curtia aquilo. A solidão física. Mas a sua mente estava sempre cheia. Cheia de momentos, de imagens que ele tinha prazer em projetar. Arthur não se importava com ninguém, e nunca irá se importar.

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