Deitado na cama, ele a olhava ali, a flor da pele, com
aqueles seus grandes olhos, agora tão estreitos, forçando uma conquista, uma
sedução. Isso o divertia, mas ele sabia que já tinha feito com que ela
esperasse demais. Chamou-a e ela foi. Sentiu o cheiro adocicado do perfume
dela invadindo suas narinas e não demorou muito até que ficasse excitado.
Sentiu os seios dela se enroscando no seu peito, sensação maravilhosa, que
acabou quando ela sentou por cima dele, que já estava duro.
Devagar, de um por um, ela o deixou tirar os botões de
sua blusa, sentindo os dedos dele a tocarem, e deslizarem por seus seios
cheios. Chamou-o para perto, com um movimento de dedo e o observou enquanto ele
os beijava, suspirando a cada marca que ele deixava, a cada suave roçar dos
seus lábios. Puxou a camisa dele para cima, e a atirou para o lado,
empurrando-o de volta e deitando em cima dele.
André tinha duas mãos que o empurravam para a cama, e
deixou que elas o deitassem, só para em seguida usar as suas para puxá-la por
cima dele. Desceu os dedos por toda a extensão de suas costas até chegar na
parte de trás seu short jeans, que por sinal estava atrapalhando, e apertou com
força, só pra ouvir, ali no seu ouvido, ela suspirar. Enquanto ela deitava
sobre seu corpo, sentia o macio da pele branca dela se unindo à sua, aquele
perfume que ela exalava, e o encanto de seus grandes olhos.
Enfim, tudo que atrapalhava foi retirado e então veio à
cabeça de Anne o pensamento de pouco tempo atrás, o movimento de dentro para
fora, o calor que ela sentira, tanto na sua imaginação quanto no corpo, e o
suor que o fazia deslizar. “Agora ele vai pegar o canivete”, ela pensou, “e me
entregar. Logo depois vai estirar seu braço, com aquele seu sorriso branco e
olhos tão belos.” Mas não havia canivete, não com ele.
Quando tudo terminou, ela foi na sala, ainda nua,
enquanto ele continuava deitado. Pegou a faca que estava em cima da mesa e
ficou admirando-a, pensando em quanto ela estaria afiada. Descascou umas
laranjas e fez um suco, sem açúcar ou adoçante, gostava da pureza de tudo, até
da sua, se é que existia alguma pureza nela. Ouviu os passos de André atrás
dela e se virou, sorrindo. Tinha a faca na mão. Seus olhos corriam por todo o
corpo dele, mas não tinha desejo em feri-lo. Na verdade, seu desejo era o
contrário: ver um fio de sangue descer da sua pele branca. Oh, parecia ser tão
lindo na sua cabeça.
“Acho que sei o que você quer.” E ele sabia, era
incrível, mas desde que o conheceu, ele sabia sempre o que ela queria, com um
único olhar, uma avaliação, e ele parecia ler todos os pensamentos dela.
Aproximou-se dele, soltou seu cabelo escuro e o abraçou, como que em
agradecimento. Aquilo o deixou duro novamente. Mas não, não foram os dois seios
dela que o excitaram, mas sim o que estava prestes a fazer. Ela também estava
animada, e seu prazer só aumentou, enquanto sentia, devagar, a lâmina afiada
descendo em sua perna, formando um caminho vermelho no seu branco. Não gritou,
sentiu mais prazer ali que quando estava na cama com ele. E no lugar da dor
viera uma sensação de alívio, uma sensação de estar viva. Um sentimento que só
aparecia quando estava com ele, quando a dor não doía.
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