"Eu estava na casa dele, estava no quarto dele.
Sentia minhas mãos tremendo, suando. Mas eu não sentia medo. Ele apareceu na
porta do quarto, e na sua mão vi uma lâmina, uma faca. Aproximou-se de mim,
devagar, com um lindo sorriso no rosto e, com um pouco de força, o suficiente
para rasgar minha pele, desceu a faca por ela..."
"Ei, ei." Ela se assustou, pegando o primeiro
objeto que viu, uma faca, que estava em cima da mesa. Às vezes ela se
surpreendia com o quanto ele sabia como ela agiria. Ele a pediu para se
acalmar, dizendo que "eu não vou te machucar, você sabe. Nunca te
machucaria..." e a beijou no pescoço, subindo suas mãos pelas costas dela,
fazendo-a suspirar. Parou. Lembrou que ainda precisava de um banho.
Anne não curtiu muito ele
ter parado de beijá-la, assim, tão de repente. "Estava bom, até," ela
pensou. Sentou-se na cadeira e ficou esperando, perdendo-se de novo em
pensamentos, enquanto olhava fixamente para seu braço, pálido como cera,
imaginando a beleza que seria, um fio de sangue escorrendo por ali. Às vezes se
assustava com os próprios pensamentos. Seus devaneios sempre envolviam caras
legais, lâminas e sangue. E ela pareceu desanimar um pouco com o que ele
disse.
André a observava ali, sentada em seus devaneios, como
uma menininha que imaginava um mundo encantando, com lobos, leões e homens,
belos homens barbeados. Aliás, ele tinha feito sua barba na noite passada. Não,
talvez não fosse com isso que ela tanto pensava. Estava muito absorta para
pensar em homens barbeados, mas talvez ainda pensasse em lobos. Garras e
lâminas eram mais a cara dela, e pelos.
“Seu corpo estava sobre o meu, e eu o sentia dentro de
mim. Sua boca era macia, beijando meu pescoço, ah... Do nada ele se levantou, e
me deu um olhar cortante, com um sorriso que mais parecia uma minguante. Não
estava gostando nada de ele parar o que estava bom na metade. Então ele pegou
minha mão e colocou nela um pequeno canivete, no passo que estirou seu braço,
ainda sorrindo.”
“Anne? Alô?” Ela estava parada, observando a janela, ou
talvez o que estava lá fora. André se aproximou por trás e a abraçou, tentando
acalmá-la, quando percebeu que suas mãos tremiam. “Você está com medo? Ou isso
é só o tesão de estar comigo?” Beijou-a mais uma vez no pescoço, e todos os
pelos do corpo dela se eriçaram. Um simples relance de olhar no corpo dela já o
deixava excitado, imagina então o que aquele abraço o causou? E não só a ele,
obviamente.
Quando ela sentiu o corpo dele junto do seu, uma sensação
de urgência a invadiu, um sentimento de perigo, um prazer. Virou o rosto para
beijá-lo, e depois o corpo. O peito dele não era musculoso, mas ele tinha
ombros largos, e ela gostava disso. Controlando seus passos, foi o empurrando
para o quarto, onde já deveriam estar. Estava ofegante, e por mais que lá fora
chovesse e ventasse, ali dentro ela só pensava em tirar a roupa, o calor a
consumia, embora ela quisesse que outro alguém a consumisse. Ela o derrubou na
cama, e deu um sorriso malicioso, daqueles que os olhos estreitados e a boca
fechada dizem tudo o que é preciso saber.
Fonte da imagem: http://astralportal.blogspot.com.br/2010/12/lua-minguante.html
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