sábado, 29 de dezembro de 2012

Cartas a Lianna - carta IX

Querida Lianna, soube que ficou adoecida esses dias, e me sinto mal por não poder estar aí com você. É tão ruim saber que se está longe de alguém que ama, e logo quando esse alguém está mal. Queria poder apertar sua mão e te falar que tudo vai ficar bem, que você vai melhorar logo. Mas infelizmente eu tive que vir à Veneza. O senhor meu tio faleceu, e a senhora minha tia estava desolada. Não pude dizer não a ela. É minha família, você mesma consentiu com isso, embora com pesar. Não sabia que adoeceria, e peço desculpas por isso. Foi horrível vê-la daquele jeito, e ainda mais num tempo como il carnevale. Sim, querida, é época de carnaval aqui em Veneza e eu me recordei do nosso primeiro carnaval aqui, há dois anos. Ah, as belas máscaras da nobreza, e os belos panos e danças... Lembro-me de quando saíamos nas noites enluaradas e passeávamos nas gôndolas, atravessando os canais e observando as luzes da festa. Eu com minha máscara de gatto e você com a da colombina... Sinto falta daqueles dez dias em que passamos juntos, meu amor. Mas hoje, de longe é um carnaval feliz: você está adoecida, meu tio morto e estamos distantes um do outro. O que resta é apenas suspirar pela perda, e torcer para pode te ver de novo, forte e bela, assim como estava quando eu tive que partir para cá. Oh, minha querida, espero que me perdoe por não poder estar aí com você, mas quando eu voltar te contarei de todas essas belezas de novo, dessa festa belíssima de Veneza, que é o carnaval. Em alguns dias estarei voltando para você, minha bela Lianna.

Com amor, Giuliano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário