sábado, 24 de dezembro de 2011

Voltando sozinho.


 
    Ele voltava da festa, sozinho na rua. A camisa estava quase toda aberta e nem usava mais a gravata. Seus pensamentos estavam em muitos lugares, próximos e distantes. O Brooklyn estava iluminado naquela noite, e ele se encantava com todas aquelas luzes. Uma brisa leve o levava a memórias remotas, escondidas em sua mente. Pessoas que o marcaram, momentos alegres, até as brigas sem sentido.
    A caminhada seria longa, mas ele não se importava. Não trocaria por nenhum taxi a sensação que estava sentindo enquanto caminhava pela calçada larga da rua. Um sorriso veio ao seu rosto quando aquela garota veio a sua mente: “ela é demais,” pensou. Viu uns garotos conversando alto na esquina, talvez sobre o último jogo dos Yankees, não sabia ao certo. Lembrou de quando jogava com seu pai, na sua antiga casa, em Manhattan. Ah, seu velho era o melhor batedor. Nem mesmo os melhores batiam seu pai. Bateu aquela saudade, seu pai morrera há anos...
    As luzes não o deixavam olhar pra outro lugar a não ser pra cima. Onde ele via o céu cheio de estrelas, e sorria para elas, como se sorrisse para o Sr. Porth, seu falecido pai. Mas então lembrou que tinha consigo, não no momento, mas sempre ao seu lado, os melhores amigos que poderia ter. Desde que se mudou e os conheceu, nunca o deixam faltar carinho e afeto. E aquela garota, ah, aquela garota fantástica que conheceu naquela festa. O seu sorriso brilhava mais que a Times Square em noite de virada de ano. Ele não via, mas seus olhos brilhavam quando pensava nela. Chegando a sua casa, deu um abraço no seu cachorro, tirou a roupa, tomou um banho e foi deitar.

3 comentários:

  1. mas que belo conto! gosto muito desses fragmentos
    bjos meu irmão querido

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  2. Gostei do contraste Brooklin e Manhattan e, apesar disso tudo, a felicidade continua a existir nas coisas mais simples, até mesmo na lembrança iluminadora de uma garota, há bem pouco conhecida.
    Grande abraço.

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