quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Do Reino de Candul

Parte I - Introdução

Já vai um mês nessa vida
E eu não me acostumei
Era uma passagem só de ida
E foi bem caro que paguei

A solidão aqui engole
Toda a minha vida sã
Se embriaga, gole a gole
Da noite até a manhã

Viajei por várias horas
Sob um imenso céu azul
Pelos campos de amoras
Pelas curvas de Candul

Mal cheguei já fui invadido
Por um flash de horror
Era um homem dividido
Entre o fascínio e o amargor

De tudo eu vi um pouco
Muito não queria ver
Como alguém é tão louco
A ponto de buscar sofrer?

"A dor a gente nem mais sente
Nada passa de prazer"
Disse um homem, todo contente
E eu sem nada entender

Como de alguma forma
Se tira alegria em se ferir?
Quem criou tão horrível norma
E quem os obriga a seguir?

Tinha agora um motivo
Para me encontrar com o Rei
Como um ser tão abusivo
Permitiu aquela lei?

Acontece que fiquei sabendo
Do que antes não sabia
E o que soube é tão horrendo
Que sabê-lo não mais queria

Um homem grande de torto riso
Quis num reino reinar
E construiu um Paraíso
Para todos nele morar

"Quem quiser aqui viver
Será tratado como irmão
Mas quem me desobedecer
Sofrerá uma punição"

Não entendo, de verdade
Como fui me aventurar
Nessa triste realidade
Onde é proibido amar

Mais uma vez me adiantei
E pulei um conto da história
Era a história de um Rei
Que inventou a própria glória.

E termina por aqui
Essa breve introdução
Partirá também daqui
O fim dessa produção.

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