domingo, 21 de setembro de 2014

Do Rei de Candul

Parte II - O Rei

Vou contar-vos esse conto
Que há pouco eu vos citei
É o conto de um tonto
É o conto de um Rei

Vindo de família rica
Ele sempre quis reinar
Ubaldo de Fonseca e Sica
Um grande reino quis herdar

Sua vida foi planejada
Pela cabeça dos dois pais
E Ubaldo, sem voz à nada
Não queria isso mais

De um pai herdaria a empresa
E do outro uma associação
Mas o filho, para sua surpresa
Era mestre em criação

Era bonito aquele moço
Tinha os olhos sem igual
Com um lenço no pescoço
Sentia que era o tal

Mas os olhos de menino
Não enganavam a ninguém
A crueldade era o seu hino
Do mal Ubaldo era refém

Obrigou nove moças
A com ele se deitar
Enquanto ele tivesse forças
Elas iriam aguentar

Eram cinco mais ferventes
Para as noites de inverno
E eram quatro entorpecentes
Para atravessar o Inferno

Os cachorros lá da rua
Por ele longe passavam
E nas noites de cheia lua
Contra ele conspiravam

Cresceu a ser mimado
Pelo amor dos pais que têm
Mas depois trocou de lado
Fez o mal em vez do bem

No seu quarto, solitário
Criou um mundo doentio
Onde o quente e solidário
Tornou-se egoísta e frio

Seu prazer, ficou bem claro
Era a dor e os gemidos
Contratou o carrasco Iláro
Para alguns dos oprimidos

Mantinha todas as mulheres
Para sofrer em suas mãos
"Podes gritar o quanto quiseres
Que serão teus gritos vãos"

Chega agora a esse fim
Essa parte da estória
Desse reino de marfim
De um Rei e sua glória

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