Em outro ponto da cidade, um homem com olhos fundos preparava um café e fritava ovos e bacon, teria um dia interessante, ele sabia. Pegou o jornal na porta e depois que o café, amargo como ele gosta, estava pronto, serviu-se, e também dos ovos e bacon, estalando a cada mordida. Na parede de seu quarto havia uma Olympus, ele gostava muito de fotografar. Seu quarto era cheio de fotografias espalhadas, tanto nas paredes quanto pelo chão. Entre muitas delas, havia fotos de uma bela garota, com grandes olhos claros e cabelos castanhos. Na maioria das fotos ela estava em algum banco ou em pé numa parada de ônibus, e em quase todas as fotos ela usava uma saia ou shortinho. Mas nenhuma das fotos parecia ter sido tirada com o consentimento dela.
Depois de uma longa manhã de sexta-feira, Amanda saía da escola em direção à parada, teria reforço pela tarde e não gostava de se atrasar. Usava, como era frequente, saia e uma camisa dos Smiths, além de seus óculos, um pouco grandes para seu rosto. Com medo de perder algum ônibus que fosse para seu bairro - eram apenas dois e demoravam a passar - apressou o passo e quase correu, mas se conteve. Chegando à parada, olhou pro lado que o ônibus chegaria e quando não o viu, sentou no banco para esperar, ali perto, sem ela perceber, um homem tirava uma câmera da bolsa. Amanda sentiu o celular vibrando na bolsa, e o tirou, achando que podia ser sua mãe, mas para sua tristeza era uma mensagem do creepy, que dizia: "Amanda, à sua direita." E assim que ela virou o rosto, um flash a cegou.
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