quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um reencontro


Tom gostava muito do tempo frio. Gostava de passear entre os campos e sentir o chuvisco caindo em seu rosto. Ela iria chegar hoje. Havia dez meses que não a via e estava com muitas saudades. A última carta que recebera dela foi lida e relida inúmeras vezes. E em todas elas ele abrira um sorriso. Há tempos não se sentia tão feliz com a chegada de alguém, e muito menos de alguém que não há muito tempo entrou na sua vida. Ele lembrava do sorriso dela, que vinha sempre que ele a olhava nos olhos, e automaticamente fazia o dele aparecer também. Quando viu aquela saia no joelho descendo do ônibus e os cabelos pretos que batiam no antebraço, sentiu que sua respiração acelerava cada vez mais. Então ela desceu e o viu. Ali em pé, olhando pra ela. Com aquele sorriso bobo de quem está apaixonado. Correspondeu com seu sorriso e desceu correndo para abraçá-lo e beijá-lo e matar as saudades que tanto doíam nos dois. Ele a pegou pela cintura e a abraçou forte, como se agarra a seus melhores sonhos. Não trocaram palavras, somente olhares. Palavras pra quê? E também como? Suas bocas queriam apenas beijos. E assim foi. Trocaram seus olhares, seus beijos e seus toques de pele, que há muito não sentiam. Foram passear entre os campos, onde ele colocou uma rosa branca em seus cabelos pretos, e beijou-a na testa. Como se faz com quem você quer cuidar enquanto puder...

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