segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O garoto que imaginava


Havia um garoto, numa cidade distante, que gostava de imaginar. Ele criava histórias com qualquer objeto ou ser que visse. Na sua mente ele dava vida e ação, ao que era inanimado. Bom, pelo menos não aos olhos dele... Tudo que ele via, logo criava uma narratória espetacularmente original e cheia de aventuras. Costumava ficar no seu quarto, olhando a rua e as pessoas que ali passavam, criando personagens: heróis e seus respectivos arqui inimigos, que podiam ser objetos, animais, até mesmo uma força da natureza, como o vento. Ah, aquele garoto era demais... Ele podia fazer com que você viajasse dentro daqueles pequenos contos, mesmo não sendo uma sequencia. Não gostava de ficar muito tempo na mesma narrativa. Queria sempre algo novo: novos personagens, novas histórias, novos cenários... Era como uma fênix que sempre renascia bela e radiante. E como eram belas as histórias desse garoto... Em um texto você está num lugar chuvoso e sem graça, e no outro lhe aparecem diamantes e sorrisos cheios de graça. Uma vez eu perguntei a ele como ele conseguia descrever tão bem esses lugares, essas histórias, e ele me respondeu que a vida real era muito chata. Sem a emoção de uma corrida contra o tempo numa ruína prestes a desabar, só para encontrar um pedaço de papel que supostamente levaria ao tesouro perdido de Avalon. Ele preferia criar histórias que não fossem de acordo com a realidade, simplesmente por achá-la chata e lenta. Sim, esse garoto podia fazer tudo isso sem sair do seu quarto. Quantas aventuras será que ele já viveu, não é? Não se sabe ao certo, mas sabe-se que foram várias. E todas guardadas em um único diário, que se abrirá para vocês, talvez, em breve...

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