Já eram sete da noite e ele estava deitado, quando ouviu um sussurro "acorda, dorminhoco", e pulou da cama, literalmente. Não viu ninguém no quarto. Saiu pelo corredor até a porta do quarto que vira entreaberta mais cedo. Estava como ele tinha visto antes. Com um empurrão a abriu e tomou um susto: ele viu a si mesmo, sentado na cama, olhando para ele. O outro 'ele' usava um terno, com gola bufante, luvas brancas de látex e calça e sapato social. Desmaiou ali mesmo e acordou numa cadeira, onde no salão uma banda tocava e pares de casais gêmeos dançavam ali. Era uma valsa. E todos dançavam suavemente ao tom doce da melodia. Mas ele ficou inquieto, pois nenhum corpo exalava sinal de vida ou calor. Estavam todos mortos, inclusive ele, que sem nenhuma emoção levantou da cadeira, puxou a última dama e se pôs a dançar com ela.
quinta-feira, 10 de maio de 2012
A última dama
Já eram sete da noite e ele estava deitado, quando ouviu um sussurro "acorda, dorminhoco", e pulou da cama, literalmente. Não viu ninguém no quarto. Saiu pelo corredor até a porta do quarto que vira entreaberta mais cedo. Estava como ele tinha visto antes. Com um empurrão a abriu e tomou um susto: ele viu a si mesmo, sentado na cama, olhando para ele. O outro 'ele' usava um terno, com gola bufante, luvas brancas de látex e calça e sapato social. Desmaiou ali mesmo e acordou numa cadeira, onde no salão uma banda tocava e pares de casais gêmeos dançavam ali. Era uma valsa. E todos dançavam suavemente ao tom doce da melodia. Mas ele ficou inquieto, pois nenhum corpo exalava sinal de vida ou calor. Estavam todos mortos, inclusive ele, que sem nenhuma emoção levantou da cadeira, puxou a última dama e se pôs a dançar com ela.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário